domingo, 13 de setembro de 2009

Filme “A Onda” e as autocracias.




As ditaduras estão longe de serem evitadas? Países com democracias consolidadas e frutíferas estão longe de se tornarem campos da autocracia? São com estas indagações que o filme “A Onda” se sustenta. O roteiro do longa metragem, que é uma refilmagem de um filme homônimo de 1967 e baseado em fatos reais, retrata uma escola de ensino básico alemã, em que um professor leciona um curso que dura uma semana sobre a Autocracia e para deixar as aulas mais lúdicas e participativas, propõe aos alunos que recriem normas fascistas para que os mesmos possam ser capazes de abstrair os fundamentos de uma ditadura dentro da sala de aula. As autocracias se caracterizam como regimes que uniformizam práticas sociais e culturais, as pessoas, ressaltam o nacionalismo extremista entre outros e esses fatores parecem se encaixar perfeitamente aos alunos do referido curso. Temos alunos tímidos, alunos com problemas familiares, filhos de imigrantes entre outros, que normalmente se sentiam isolados e sem amigos, acabam se tornando mais participativos e mais sociáveis com outros que os negligenciavam. Mas aos poucos, as coisas passam a fugir do controle e do ambiente da sala de aula. O mais genial do filme são as referências a todas as características de um regime fascista, desde os símbolos, gestos, imagens e atitudes típicas de uma autocracia. Genial filme alemão sobre como nós somos movidos por ideologias e como às mesmas nos envolvem até chegar ao ponto de não mais sabermos quem somos e principalmente, em que acreditamos e contra o quê deveríamos lutar. Milhões de pessoas ao redor do mundo, foram assassinadas ou assassinaram umas às outras pelas ideologias em que acreditavam, sejam elas políticas, sociais, econômicas ou culturais. Todas buscavam melhores condições de vida para TODOS e acabaram errando no principal fator que nos torna seres humanos, ou seja, somos todos diferentes. Assistam e principalmente, reflitam sobre o que o filme retrata.

Um comentário: