quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Melhor maneira de saber noticias sobre o Haiti

Quem quiser saber das noticias de uma maneira mais abalizada, é só acessar o blog dos pesquisadores da UNICAMP, que estão in loco.

http://lacitadelle.wordpress.com/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Atentado a seleção de Togo, Conferência de Berlim e África.

Atentado a seleção de Togo, Conferência de Berlim e África. Quais as relações entre estes? Várias.

Semana passada, o ônibus da seleção de futebol do Togo, um pequeno país situado na costa Noroeste da África, sofreu um atentado a tiros, em que o ônibus foi metralhado por terroristas da região separatista de Cabinda, que busca a secessão de Angola.

Para que possamos entender o atentado, é preciso fazer um resgate histórico. Em 1884, a pedido do recém formado Estado-Nação alemão, foi realizada a chamada Conferência de Berlim, que tinha o objetivo de dividir os territórios africanos e asiáticos entre os países europeus. Nesta divisão, que foi feita com mapas do século XVIII e sem considerar as tribos e as suas respectivas distribuições espaciais, ficou definido que o Protetorado de Cabinda, ou Congo português, como os lusos chamavam, seria uma região autônoma sob controle português. Como tinha saída para o mar, os belgas, “donos” do Congo belga, que fazia fronteira com Cabinda, reivindicaram junto aos portugueses, uma parte do referido território para que o Congo Belga tivesse saída para o oceano.

Sendo assim, Cabinda foi novamente “retalhada” e passou a depender da permissão dos portugueses de Angola para ter acesso ao oceano. Com o fim da ocupação portuguesa a Angola em novembro de 1975, o país se tornou “independente” de Portugal e anexou Cabinda em definitivo, pondo fim ao Protetorado português. A partir de então, o famigerado território busca a secessão perante aos angolanos que passaram a enfrentar guerras civis dentro de seu território, para decidir que grupo étnico assumiria o controle do país.

Eis que na semana passada, Cabinda finalmente conseguiu o que sempre buscou. Reconhecimento internacional, graças ao atentado a seleção togolesa de futebol. E o que Togo tem ver com Cabinda? Nada. Simplesmente, deram “azar” de passar pelo território e foram bodes expiatórios para o conflito civil angolano.

A “culpa” disso tudo recai sobre a referida Conferência de Berlim e as fronteiras artificiais estabelecidas por burocratas que mal sabiam a diferença entre Estado e Nação.

Assim como o Oriente Médio, é impossível analisar conflitos étnicos na África sem pensar na referida conferência. A mídia se preocupa em revelar de forma muito superficial, certos conflitos mundiais. Cabinda é realmente uma região muito rica em petróleo e diamantes, mas o conflito é muito mais complexo e tem mais condicionantes do que estes.

A imposição da religião católica feita pelos portugueses em detrimento das religiões africanas, também é um condicionante importante na região. A rivalidade entre os Bantos angolanos e Zulus sul-africanos, o imperialismo dos sul-africanos em Angola, entre outros fatores, devem ser analisados para se entender a situação em Cabinda.

Enfim, para mais informações, acessem o link abaixo, que leva para o site oficial do governo de Cabinda. Vale a pena ler!! Está em português!!

http://www.cabinda.org/portugues.htm

domingo, 3 de janeiro de 2010

A volta dos Neomalthusianos

De maneira recorrente, alguns ambientalistas brasileiros ou não, voltam a pedir um controle de natalidade para diminuir a pobreza e a devastação ambiental. Sempre que o mundo está em “perigo”, os Neomalthusianos ressurgem das cinzas e do limbo, envocando o nome do Bispo inglês Thomas Malthus, o criador da corrente homônima. Para Malthus, a população mundial cresce em progressão geométrica (1,2,4,8,16,32,64...), enquanto a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética(1,2,3,4,5,6,7,8,9,10....). O bispo inglês também dizia que é impossível “crescer infinitamente em um espaço finito”.
Os “novos” malthusianos de acordo com o Wikipédia acreditam que “uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Afirmam também que é possível melhorar a produtividade da terra com uso de novas tecnologias, e que é possível reduzir o ritmo de crescimento da população através do planejamento familiar.”.
Essa teoria ela tem um apelo quase que lógico, correto? Afinal, os recursos naturais são finitos e a população não cansa de crescer e isso futuramente, irá levar o planeta a um colapso, correto? Errado.
Projeções mostram que a população mundial está em uma fase de estagnação e que nos anos a seguir, a mesma tende a diminuir. Mas como? Simples, ao contrário do que pensam os Neomalthusianos, o crescimento populacional é a conseqüência da pobreza e não a sua causa.
A partir do momento em que a educação, os métodos contraceptivos, a saúde, saneamento, acesso a trabalho ocorrem, a população de um determinado local tende a diminuir.
Em um mundo globalizado, essas teorias se espacializam de forma específica em determinados países. A Índia e o Bangladesh, por exemplo, são países que sofrem e sofrerão ainda mais com o excesso de população, que se prolifera em péssimas condições de saúde. Já a Rússia, perde 500.000 habitantes por ano e também sofre de maneira inversa dos problemas populacionais. Países como a China, que através de um rígido método de controle de natalidade, sofre da chamada “Síndrome do Filho Único”, que desequilibra os gêneros de sua população.
Enfim, para fechar, não devemos generalizar ou particularizar fenômenos que nos atingem de maneira global. Os ambientalistas às vezes esquecem que, o país que mais consome recursos agrícolas do mundo são os Estados Unidos, que tem uma população de 300 milhões de habitantes, ou seja, menos de um terço da China, que é o mais populoso. Outra coisa obvia é que não faltam alimentos, mas sim uma melhor distribuição dos mesmos. Achar que diminuindo a população, irá poluir menos é burrice. Uma criança estadunidense consome diariamente comida que seria capaz de alimentar 6 indianos e 10 bengalis. É preciso rever conceitos culturais, econômicos e principalmente, políticos e não simplesmente imbutir a culpa no crescimento populacional.
Aliás, não nos esqueçamos que o Ser Humano faz parte do Meio Ambiente. Então, antes de se preocupar com o Urso Polar que vê sua casa derreter, se preocupe com a criança que não tem nem gelo para chupar e “enganar” a fome.