domingo, 3 de janeiro de 2010

A volta dos Neomalthusianos

De maneira recorrente, alguns ambientalistas brasileiros ou não, voltam a pedir um controle de natalidade para diminuir a pobreza e a devastação ambiental. Sempre que o mundo está em “perigo”, os Neomalthusianos ressurgem das cinzas e do limbo, envocando o nome do Bispo inglês Thomas Malthus, o criador da corrente homônima. Para Malthus, a população mundial cresce em progressão geométrica (1,2,4,8,16,32,64...), enquanto a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética(1,2,3,4,5,6,7,8,9,10....). O bispo inglês também dizia que é impossível “crescer infinitamente em um espaço finito”.
Os “novos” malthusianos de acordo com o Wikipédia acreditam que “uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Afirmam também que é possível melhorar a produtividade da terra com uso de novas tecnologias, e que é possível reduzir o ritmo de crescimento da população através do planejamento familiar.”.
Essa teoria ela tem um apelo quase que lógico, correto? Afinal, os recursos naturais são finitos e a população não cansa de crescer e isso futuramente, irá levar o planeta a um colapso, correto? Errado.
Projeções mostram que a população mundial está em uma fase de estagnação e que nos anos a seguir, a mesma tende a diminuir. Mas como? Simples, ao contrário do que pensam os Neomalthusianos, o crescimento populacional é a conseqüência da pobreza e não a sua causa.
A partir do momento em que a educação, os métodos contraceptivos, a saúde, saneamento, acesso a trabalho ocorrem, a população de um determinado local tende a diminuir.
Em um mundo globalizado, essas teorias se espacializam de forma específica em determinados países. A Índia e o Bangladesh, por exemplo, são países que sofrem e sofrerão ainda mais com o excesso de população, que se prolifera em péssimas condições de saúde. Já a Rússia, perde 500.000 habitantes por ano e também sofre de maneira inversa dos problemas populacionais. Países como a China, que através de um rígido método de controle de natalidade, sofre da chamada “Síndrome do Filho Único”, que desequilibra os gêneros de sua população.
Enfim, para fechar, não devemos generalizar ou particularizar fenômenos que nos atingem de maneira global. Os ambientalistas às vezes esquecem que, o país que mais consome recursos agrícolas do mundo são os Estados Unidos, que tem uma população de 300 milhões de habitantes, ou seja, menos de um terço da China, que é o mais populoso. Outra coisa obvia é que não faltam alimentos, mas sim uma melhor distribuição dos mesmos. Achar que diminuindo a população, irá poluir menos é burrice. Uma criança estadunidense consome diariamente comida que seria capaz de alimentar 6 indianos e 10 bengalis. É preciso rever conceitos culturais, econômicos e principalmente, políticos e não simplesmente imbutir a culpa no crescimento populacional.
Aliás, não nos esqueçamos que o Ser Humano faz parte do Meio Ambiente. Então, antes de se preocupar com o Urso Polar que vê sua casa derreter, se preocupe com a criança que não tem nem gelo para chupar e “enganar” a fome.

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